Ibope é sinônimo de audiência e, para muita gente, também de mistério. Não foram poucas as vezes em que até as emissoras tentaram, em vão, conhecer a rotina de uma casa monitorada pelos aparelhos do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Mas o segredo por trás das medições é bastante simples: um aparelho chamado Peoplemeter.
No Brasil inteiro, o Ibope já instalou aproximadamente 4.000 desses dispositivos, sendo que 750 deles estão na grande São Paulo. Uma das vertentes da Folha, o F5.com, teve a chance de entrar em contato com um desses aparelhos, ao visitar a casa de uma das famílias paulistanas que participam da medição.
Como sua família poderia ser “escolhida”?
Visto que são poucos aparelhos para uma grande área de cobertura, o Ibope é bastante criterioso ao buscar um local ideal para implantá-los. A empresa se baseia em dados do IBGE e em uma série de requisitos para encontrar candidatos aptos a receber o Peoplemeter. Após essa triagem, os aprovados são então selecionados aleatoriamente.
Para se ter uma ideia do impacto de um único aparelho, cada ponto em São Paulo equivale a aproximadamente 58 mil residências. Ou seja, efetuar o cálculo do público total é bastante simples, bastando multiplicar os “pontos” no Ibope pelo valor citado. Como exemplo, caso um programa alcance 30 pontos no Ibope em São Paulo, isso significa que aproximadamente 1 milhão e 740 mil pessoas estavam assistindo àquela programação no momento.
Participam da pesquisa indivíduos das mais variadas classes, gêneros e idades. As pessoas envolvidas não recebem nenhuma forma de pagamento por usar o aparelho, embora o Ibope envie “brindes” aos participantes com certa periodicidade. A presença de cada família também não é vitalícia, já que os aparelhos ficam em um mesmo local por quatro anos, para então serem movidos para outra locação.
Mas afinal, como o Peoplemeter funciona?
Todo o manuseio do aparelho pode ser feito pelo controle remoto, com interação direta de quem estiver assistindo. Ao ligar a TV, o participante é convidado a informar ao aparelho os seguintes dados:
- Qual membro da família ele é, numericamente, dentro de um cadastro previamente feito;
- Quantas pessoas estão assistindo a televisão com ele naquele momento;
- Gênero de todos os presentes;
- Faixa etária das pessoas.
- Depois desse “cadastro” inicial, a televisão passa a ser monitorada e o aparelho grava qual o canal e o tempo de audiência para cada um deles.
Na grande São Paulo, os aparelhos enviam os dados por meio de um sinal de rádio, o que possibilita um monitoramento em tempo real. Contudo, em outros locais, os dados são enviados uma vez por dia e computados na data posterior.
Veja um vídeo explicando melhor como funciona este dispositivo na prática:
Fonte: Baixaki.